quinta-feira, 3 de maio de 2012


Alma Quadrilheira

Não basta dançar quadrilha para exibir o figurino caprichado, a maquiagem quase perfeita, o penteado escultural, o passo e formatos sem sentido, cantar sem sentir o prazer.
É preciso deixar que o calor da fogueira aqueça o coração, que em suas veias corra o sangue quadrilheiro e em cada apresentação sentir um friozinho na barriga como um figurino encharcado do mais puro gozo junino, sair rouco do arraiá e tomar aquele caipirinha com vatapá.
Comemorar com seu par as vitórias num grito que fica entalado na garganta durante pelo menos um ano e poder chorar nas derrotas, erguendo sempre a cabeça e vestindo a camisa do seu grupo como se ela fosse sua segunda pele.
É escutar crítica e sempre achar que elas são destrutivas. Passar o ano inteiro falando das festas juninas. Contar os dias e as horas para chegar o momento de ir para o ensaio e pegar o seu chapéu, sua anágua, seu sapato e colocá-lo com o peito estufado como se ninguém nota-se que você é diferente de todos os outros com aqueles adereços.
É participar de cada detalhe da confecção e construção desde o tema até a organização do passeio da despedida, que mesmo endividado fazemos questão em ir. É sorrir sempre num sentimento que arrepia até a alma, uma “ALMA QUADRILHEIRA”, que esbanja amor, emoção e que jamais alguém será capaz de explicar.
O Amor pelo São João...

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